por Cleyton Carlos
Essa é a nossa China que não para de crescer. Essa é a nossa China que tem o Produto Interno Bruto na casa dos dois dígitos anuais. Essa é a nossa China, grande emergente asiático, que promete destruir o império americano.
A China, a grande "zebra" do mundo, é isso. A China, potência avassaladora de economias tradicionais, é isso. É o país que tem os maiores índices de penas de morte. É o país que demonstra um monstruoso não respeito pelos direitos humanos. É o terceiro maior comprador de madeira brasileira, e um dos maiores poluidores do planeta.
A China é o país mais comunista com economia de traços capitalistas. Lá a informação é estritamente controlada. O Google é controlado. A CNN e outras emissoras internacionais são controladas. Um chinês jamais pode ter acesso ao que realmente acontece no mundo.
O governo chinês isolou o Tibete do mundo. Tropas do exército circulam por todas as ruas. Foi imposto o toque de recolher, ninguém pode sair de casa. Algumas organizações falam em centenas de mortos. Dalai Lama, líder budista, geme e pede para a ONU intervir com uma aliança nacional. Várias embaixadas chinesas pelo mundo todo foram alvos de protestos, passeatas e pixação.
Essa é a nossa China, país apontado como futura potência mundial. Muitos economistas ironizam: "ensine mandarim aos seus filhos". É essa a China que queremos seguir. A China não está pronta para o mundo. E o mundo ainda não está pronto para abraçar um país que cresce economicamente, mas que afunda em um abismo incontrolável de censura e repressão.
Pergunte para um chinês quanto é o seu salário. Ele responderá que hoje foi "x", ontem "x-5" e amanhã, depois das 18 horas médias de trabalho, seja "x+3". Essa é a nossa China que cresce de forma incontrolável. Essa é a nossa China, que gritamos com ansiedade "Pequim 2008". Graças ao Tibete, podemos ter uma nova chance para analisarmos para onde o mundo caminha. E o que vamos fazer quando o império americano terminar de se diluir.
3 comentários:
E nós aqui?
Pois é minha gente, começo este meu comentário me perguntando sobre quais atitudes deveremos tomar diante de tais absurdos e inconsequências que acontecem, nós sabemos o que está acontecendo por lá, enquanto as moças e rapazes trabalham as 18 horas sem saber como será o dia seguinte, não que teriam que "prever" o futuro, mas sim sem saber o fato do ontem?
Imaginem como deve ser trabalhar como jornalista ou professor num país que cresce metaforicamente sobre "duas rodas" e não enxerga o presente. E nós aqui?
Tudo que acontece na China, já é de se esperar de um país que não dormi e que parece também não viver. Como o post anterior, fico me imaginando o que será do Brasil. Será q umm país necessariamente tem que escolher um lado? De ser uma grande potência, ou de olhar mais para sua população? Não sei. Mas acredito que sabemos ainda pouco sobre a China, sabemos só o que ela quer nos mostrar.
Dentro do contesto "CHINA", história, presente e futuro, creio que temos muito a refletir e principalmente a estudar.
Como o espaço e o tempo que as pessoas dedicam a ler na web é parco, faço algumas considerações.
China, comunista!? Não faço essa afirmação com tanta certeza. A utilização de comunismo e capitalismo, na bipolaridade do século XX, acaba não pormenorizando algumas coisas que não possuem apenas dois lados, mas sim vários aspectos.
No texto o autor dá a entender que o crescimento econômico da China teve um custo muito alto. Peço que se pense no custo social da manutenção do império norte americano. Desde a supressão de direitos civis, desrespeito aos direitos humanos, guerras, relativização da soberania das nações, entre tantas brutalidades cometidas pelos diversos governos capitalistas, que para sustentar a sua lógica e seu luxo, precisa ter milhões de famílias na miséria.
Fico por aqui, pois o dia foi de muito trabalho. Vamos continuar o debate.
Saudoso e fraterno abraço a todas e todos os companheiros de faculdade.
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