24.5.08

Quando a rua faz história

por Fábio Santos

Mais uma vez, venho ao “Seu Brasil” para defender a idéia de que a solução para todo e qualquer problema em nosso planeta deve ser resolvido com a educação, ou melhor, com o conhecimento. Aproveitando o gancho do texto do Cleyton sobre o estrangeirismo, gostaria de ressaltar que sou totalmente a favor das mudanças, mas para que ela seja feita embasada num conhecimento prévio do que está sendo mudado. No caso da língua, fico muito triste ao constatar que a maioria dos brasileiros não sabe, ao menos, organizar algumas idéias em linhas gerais.

Embasado nesta filosofia, resolvi exibir neste blog, aproveitando sua característica multimídia, uma série de reportagens sobre o ano de 1968 e as mudanças políticas acarretadas na época. Muitos reclamam da pouca vergonha dos políticos, da impunidade da justiça e da banalização da violência. Pois é, apesar do nosso atual presidente tentar impor algumas medidas contrárias, vivemos num país democrático, que enfrentou anos de repressão e embates do povo contra o Estado.

A “revolução” do povo foi um movimento global e teve seus reflexos no Brasil. Esse vendaval de mudanças políticas gerou o mundo globalizado, do qual fazemos parte. Assim sendo, deixo esta publicação como uma chamada para resgatarmos nossa história e entender um pouco mais nosso futuro.

Digo isso, pois fico preocupado com nossa juventude alienada, que não tem nenhum interesse sobre o conhecimento, formando apenas uma massa movida pelo consumo.

Segundo Episódio: Quando a rua faz a história

O segundo episódio da série sobre 1968 destaca que a rua foi o lugar em que se fez história em vários países, inclusive no Brasil. Naquele ano, estudantes tomaram a palavra e foram à luta.

19.5.08

Um Brasil norte-americano


por Ton Torres

É correto afirmar que o estrangeirismo, principalmente o de origem norte-americana, já ultrapassa certos limites do que seria uma utilização moderada, chegando até mesmo a ser desnecessário e incorreto o seu emprego em alguns pontos.

Contudo, proibir o uso de termos da língua inglesa não é o caminho adequado para uma não descaracterização da cultura vivida na terra-brasilis.

Se a história nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre o outro se dá pela imposição da língua e dos costumes, nós devemos nos considerar há muito tempo totalmente dominados. Pois se vamos proibir o uso exagerado do estrangeirismo, devemos, então, proibir a própria rede mundial de computadores, a internet. Não só a internet, mas os próprios computadores, assim como roupas, músicas e tudo o que se origina da cultura ianque.

O mundo gira em torno da cultura norte-americana, é impossível – para não pronunciar ridículo – querer vetar a importação de traços americanos.

Vivemos em um mundo globalizado, pós-moderno, um mundo integrado e sem barreiras geográficas. Não precisamos sufocar a cultura brasileira, pois essa jamais se apagará, mas não devemos nos preocupar supondo que um idioma estrangeiro irá suprimir a cultura nacional.

Ademais, é evidente, por exemplo, que um comerciante que possui um empreendimento no ramo de “fast-food” não irá produzir os mesmo índices de faturamento se a rede passar a se chamar “comida rápida”. Nessa caso, não podemos nem considerar o termo “fast-food” um estrangeirismo, pois já foi absorvido no linguajar do dia-a-dia, sendo um produto tão comum quanto dizer self-service, pastel, hobbie, chocolate, disk, entre outras.

Nenhum dos temos citamos acima, em nenhum momento da história, projetou ameaças à nossa cultura ou a imagem brasileira. Ao invés de proibir a utilização de termos da língua inglesa, poderíamos, talvez, fazer primeiro que os brasileiros criem em si mesmo um mínimo de amor pelo próprio país, pois isso sim é uma inveja que devemos ter dos norte-americanos.