por Fábio Santos
O caso Isabella tem tudo para se tornar um dos mais emblemáticos assuntos abordados pela mídia no Brasil. Logo chegaremos ao primeiro mês de cobertura e a todo instante nos deparamos com novos fatos, novas versões e mais debates.
A cada momento o assunto muda de ângulo e a mídia explora cada vírgula com exaustão. A mídia tem como dever informar sobre o assunto e traduzir os dados técnicos para os consumidores de informação, porém, apenas algumas empresas jornalísticas tentam fazer isso, já que a maioria explora a imagem da pobre menina morta.
É impressionante como programas de meio de tarde conseguem ficar horas a fio debruçados sobre um único tema: o caso Isabella.
Esta massificação provoca reações insanas em pessoas que não têm muito o que fazer da vida e ficam acampadas em frente a casa dos indiciados, colando cartazes e hostilizando o casal. É claro que a situação causa comoção em todos nós, mas a possibilidade de um julgamento precoce é sempre perigosa e, mesmo que a culpa seja atribuída aos dois, devemos deixar a justiça se encarregar do assunto.
No último domingo, a Rede Globo exibiu uma entrevista exclusiva com o casal Nardoni. Algumas emissoras esbravejaram pelo fato da emissora carioca ter sido escolhida pela família, mas o motivo da entrevista ter sido dada para a Globo é óbvio. Apesar de jogar insinuações ao telespectador, a Rede Globo foi uma das poucas que não usou de extremo sensacionalismo sobre a morte da menina Isabella.
Sobre a entrevista em si, confesso que fiquei chocado com tamanha calma e com as palavras utilizadas pelos dois. Se o casal for inocente, ficarei horrorizado com tamanha incompetência da polícia, porém, se forem realmente os culpados, perderei um pouco mais da confiança na raça humana, tamanho o cinismo que presenciei ao assistir tal entrevista. Cinismo dos acusados, dos advogados e do pai de Alexandre Nardoni, um dos responsáveis pelas estratégias de defesa do casal.
Por tais conflitos, acredito que este caso ainda vai perdurar por um bom tempo na mídia e vai marcar sim a história do jornalismo brasileiro do Século XXI e da cobertura jornalística mais pura, baseada em investigação, furo de reportagem e excelentes contatos.
Claro, sensacionalismo barato também...
1 comentários:
Fábio, vc ressaltou mto bem uns dos pontos fundamentais dessa história: Ou ficaremos horrorizados com a incompetência da polícia, ou ou perderemos um pouco mais da confiança na raça humana. E, eu ñ sei oq é pior ou menos pior...
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