"Remover Saddam Hussein do poder foi uma decisão correta. Esta é uma luta que a América pode e deve vencer. Os homens e mulheres que entraram no Iraque há cinco anos removeram um tirano, libertaram um país e resgataram inúmeras pessoas de horrores inomináveis", discursou o presidente americano, George W. Bush, na comemoração dos 5 anos da invasão americana no Iraque. Hoje, os iraquianos não querem mais do que tinham com Saddam no poder: apenas estabilização.
Após o 11 de setembro, o mundo pôde acompanhar a fantástica transformação do jornalismo mundial. Acompanhamos uma nova geração de conflitos entre países, onde termos como "terrorismo" e "armas de destruição em massa" se tornaram comuns. A guerra, agora, era vista por todo o planeta, no instante em que acontecia. Era a "guerra ao vivo".
Arrasar um país já falido era fácil. Os EUA não viram grandes dificuldades em abater o problemático Afeganistão, país que supostamente seria o berço atual do grupo terrorista Al Qaeda, do multimilionário e, é claro, terrorista, Osama Bin Laden. Então, onde entra o Iraque? Segundo Richard Clarke, ex-coordenador nacional para Segurança dos governos George Bush, Bill Clinton e George W. Bush, no seu livro Contra todos os inimigos, o Iraque não entra. Clarke colocou de forma clara que a invasão americana à nação soberana do Iraque nada tinha de guerra contra o terror. A questão, hoje evidente ao mundo, era puramente estratégia econômica e política. Mais econômica (petróleo) do que política.
Falava-se em 4 ou 5 semanas de guerra. Dia 20 de março completou o 5º ano da invasão. Afirmava-se que o custo total da guerra não passaria de 60 milhões de dólares. Já se fala em 600 milhões de dólares, 10 vezes o valor proposto. Entretanto, alguns estudiosos arriscam a cifra de 3 trilhões de dólares. O saldo de mortos também é monstruoso: 4 mil soldados e cerca de 800 mil a 1 milhão de civis.
É um novo Vietnã? Em hipótese alguma. Lá, os EUA souberam aceitar a derrota. No Iraque, a insistência de Bush tem causado à América um desgaste incalculável à sua imagem e, principalmente, ao verdadeiro poder bélico que ela possui. Bush quer continuar por tempo indeterminado a invasão. John McCain promete mais cem anos de invasão. Hillary que chegou a votar a favor da invasão, diz trazer as tropas após 60 dias de sua posse. Obama parece o mais contundente, diz que permanecerá no Iraque até o vencimento da guerra. Se ainda existir um a ser alcançado.
A China já é considerada por muitos especialistas a primeira potência mundial. Sobra aos EUA o poderio bélico. São 5 anos de conseqüentes derrotas em um país deformado, com uma infra-estrutura totalmente destruída e afundado em uma guerra civil.
Então, como sair do Iraque? De todas as hipóteses estudadas, as mais certas de não poderem acontecer são: os americanos não podem ficar por muito mais tempo, senão causarão uma desestabilização ainda maior; e os americanos não podem dar as costas ao país agora, seria uma derrota bélica, política e, principalmente, uma derrota moral da "democracia americana".
22.3.08
Como foder um mundo
Postado por Ton! às 03:50
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1 comentários:
Fico indignado!
É assim que inicio o comentário para tratar de um assunto tão polêmico. Essa invasão ainda é muito maqueada. Penso que é preciso utilizarmos muito sabão para pelo menos compreendermos o motivo de tanta "maldade". Gostaria de conhecer estes lugares e esmiuçar a história de todo conflito.
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